sexta-feira, 1 de maio de 2009

uma nova geração

A demora da decisão de fazer ballet classico foi paga por um preço alto. Gravida aos 24 anos precisei abandonar o grupo de jazz que estava com uma linha coreografia mais tecnica e exigente para os bailarinos teimosos como eu.

Nascia meu primeiro filho.
Filho, grana curta,casamento, grana curta,filha, grana curta.

Fudeu. Deixei tudo pra trás.

Em 98, aos 33 anos mudamos todos para Atibaia, interior de São Paulo. Duas academis e nenhuma me queria.

Por 6 meses não consegui voltar a dar aulas ou a fazer qualquer coisa.
Foi quando surgiu uma oportunidade que iria mudar muito a minha vida.

Como estava sem emprego passei a dever na escola dos meus filhos. Desesperada me ofereci pra pagar as dividas com trabalho. Me ofereci pra qualquer atividade até mesmo faxina, coisa que não entendia muito.

Fui ser auxiliar de serviço gerais, qdo recebia meu contra cheque, assinava e devolvia pra pagar a divida. Trabalhei 6 meses sem pegar no dinheiro.

Valeu a pena,pois uma divida paga não tem preço...tem, mas temos que paga-lo também.

Ao termino da dívida fui contratada, e contratada fiquei por mais 10 anos. Acho que paguei até algumas da dividas com alguem lá em cima tambem.

Como tinha acesso a internet o dia inteiro, comecei a ler sobre dança. Tudo qu podia após fazer as tarefas do trabalho.Novos coreografos, novos grupos, poucos das antigas. Comecei a arquivar varias fotos de ballet classico, imprimia algumas e colocava na porta do armário de roupas.

A paixão surgiu, nem sei como. Talvez alimentada por olhos tristes, cansados, deprimidos. A cada imagem nova de uma bailarina em pose classica embelezava meu ser.
As imagens foram para as entranhas do meu ser.

O 3º filho e ultimo filho chegou, pouca grana, casamento desfeito, pouca grana.
Muitas coisas se passaram. Muito tempo se passou.

Os 42 anos chegaram depressa. Dois anos depois pedi demissão da empresa.

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