segunda-feira, 11 de maio de 2009

escrevendo com os meus...


"Embora ninguém, possa voltar atras e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Chico Xavier



Pode parecer lamentações minhas, mas não são. Hoje não são mais.

Sou cada minuto do passado, cada passo mal dado, cada pisada firme,
construindo uma bailarina.
Dificil trajetória de uma bailarina madura, com vergonha de si mesma, discretíssima, que não quer aparecer pela primeira vez na vida.

As vezes penso que mudei minha personalidade. Pode acontecer isso com uma pessoa que passa por situações constrangedoras? Como por exemplo no ensaio geral, mais de 30 meninas e metade delas classicas olhando pra uma senhora com os joelhos dobrados (ainda não contei essa fase)dançando uma coreografia intitulada "As Bailarinas"? Misericordia não tinha um titulo pior pra essa ocasião?

Com certeza eu mudei.

Bom, vamos lá. As aulas começaram e eu estava usando uma CK Bayadere, linda, estava apaixonada pela sapatilha. Minha profesora não deixava usar proteção, tipo ponteira. Pensei, ok.

As aulas no começo eram todas feitas de frente para a barra. Os exercicios eram especificos pra quebrar a ponta. Deliciosos. Que deslumbre!!

As dores começaram a ficar piores. Tenho um calo em cada dedão que parece uma azeitona, melhor se parece com o caroço da azeitona. Eles tentaram achar um espaço dentro da ssapatilha, mas não conseguiram. Brigaram com a caixa, que diga de passagem, comprei mais estreita que meu pé.

Qdo não eram os dedões, era o dedo maior. Sim aquele mesmo que manda no marido, que qdo diziam que eu tinha achava a maior graça. Nunca mais eu ri. Ouvi dizer que esse é o pior pé que uma bailarina pode ter. Mais essa agora: velha, dura que nem um pau, joelhos que não esticam por nada nesse muindo e ainda por cima com um pé que ninguem quer.

Senti muitas dores, fiz bolhas e os calos ficaram maiores. Não me queixaria se tivesse feito uma "puta" aula, ao invéz de me debruçar sobre a barra como um aleijado se apoia em sua bengala.

Aos poucos percebi que alguma coisa estava errado comigo. Ou com meus pés.

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